O seriado Glee é realmente viciante ,a sacada é dar voz a um time de “losers”. É o anti-”High School Musical”. Os heróis dessa trama são os famosos perdedores, os ditos feios, os fora do padrão, liderados por um professor de espanhol que tem a árdua tarefa de recuperar os já distantes anos de ouro do tal clube Glee.
Há a judia Rachel, criada por pais homossexuais; o cadeirante Artie; o gay fashionista Kurt; a “black diva” bem acima do peso Mercedes; a oriental tímida e “underground” Tina; e o atleta popular, mas totalmente “do bem” e naïf, Finn. Em oposição às cruéis e atléticas líderes de torcida e à treinadora, surge uma vilã típica de musical, Sue Sylvester.
Mas nada disso explica o sucesso do programa. A chave está na escalação do elenco: atores que de fato cantam e são nomes assíduos em musicais da Broadway
Some-se a isso o repertório musical, que mescla clássicos pop-rock (cantados por Madonna, Van Halen ou Rolling Stones) com sucessos recentes (leia-se Lily Allen, Duffy, Beyoncé e Amy Winehouse), sem abrir mão do cânone da Broadway (tais quais “Cabaret”, “West Side Story”, “Funny Girl”, “Hair” e “Gypsy”) e de acenos a espetáculos marcantes da cena atual (“Wicked”). Em alguns momentos, há fusões de todos eles em deliciosos “mash-ups”.